espiritualidade

O autor nos trás uma visão desde o inicio da era cristão até os nossos dias fazendo uso de textos antigos e clássicos da literatura medieval.
Fazendo uso desses textos nos leva a ver a espiritualidade não somente como algo ligado a esfera espiritual, mas a espiritualidade como forma de vida.
Os teólogos anglicanos são, dentre os protestantes, os que mais desenvolvem o esforço conciliatório a respeito das diferentes tradições cristãs espalhadas pelo mundo. Esse traço ecumênico está presente também nesta introdução de Alister McGrath. Investigando as práticas espirituais de católicos, ortodoxos orientais, protestantes e evangélicos, McGrath nos guia por dois milênios de busca espiritual centrada na figura do crucificado. O autor destaca a essência das doutrinas e práticas de cada tradição, destacando a contribuição de cada linha teológica.
A principal diferença entre a espiritualidade ortodoxa e as demais espiritualidades é a ausência nestas de um método propriamente terapeutico, curativo. Para a Igreja Ortodoxa, a teologia é a própria visão da glória de Deus, isto é, uma teologia empírica, prática, mística, e leva seus membros a atingirem a chamada theoria (visão da Luz Incriada, ou seja, visão da Luz divina). No catolicismo, a teologia é eminentemente intelectual, filosófica, racional. A própria questão do filioque é, muito além de um mero detalhe vocabular do Credo, um indício da ausência entre os católicos romanos de uma teologia verdadeiramente empírica. Outro indício é a aceitação quase cega e integral da metafísica aristotélica. Quanto aos protestantes, de maneira geral, eles crêem que a salvação vem pela aceitação racional da Revelação. Trata-se de um conceito falso, uma vez que lhes falta o essencial: a própria theoria, ou seja, a visão de Deus. Por fim, as diversas religiões orientais, embora conservem em seu bojo a prática de eliminar pensamentos e imaginações, não possuem a noção de pessoalidade e, portanto, de princípio hipostático, teantrópico.