Especialização Regional
Alcides Goularti Filho1
Este texto é um ensaio inicial para nos ajudar a pensar uma abordagem alternativa às pesquisas acerca da economia regional. Diante da avalanche dos estudos regionais com base nas abordagens neoschumpeteriana e neoinstitucionalista, creio que ainda é possível pensar
(ou retomar) os estudos sobre economia regional com base no pensamento crítico e heterodoxo (Marx, Kalecki, Keynes e Schumpeter). Afinal, o desenvolvimento de uma região não está pautado tão somente na inovação tecnológica e nos arranjos institucionais.
a) Especialização, diversificação e integração
Especialização regional é caracterizada pela forte presença de um mesmo setor industrial numa base territorial microrregional. A presença deste setor na microrregião tem a ver com a formação econômica local e a forma como ele foi se consolidando e se inserindo no mercado, assumindo o comando do processo de acumulação capitalista. O setor líder é formado por poucas e grandes empresas com capacidade de comando e alavancagem em dinamizar e atrair novos investimentos ou por várias médias e pequenas empresas, que, no conjunto, têm a mesma capacidade de comando e alavancagem.
Integração econômica pode ser comercial ou produtiva. Do ponto de vista exógeno, a integração comercial é quando o setor líder na microrregião está inserido no mercado regional, nacional e internacional. A presença nestes três mercados pode ser por meio de representação comercial (representantes ou autorizados) ou por base comercial (filial própria).
Além disso, a integração comercial pode ser entendida como a relação que o setor líder tem com outras regiões por meio da compra de peças, equipamentos e matérias-primas. A integração se dá também com a instalação de unidades produtivas das empresas do setor líder em outras microrregiões, integrando a produção numa base territorial mais ampla. Do ponto de vista endógeno,