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Setenta e nove anos se passaram desde que as mulheres conquistaram o direito ao voto. A lei instituída no Código Provisório Eleitoral de 1932, veio com restrições: apenas as mulheres casadas, com autorização de seus maridos, as viúvas e as solteiras com renda própria podiam votar. Em 1934 as restrições foram retiradas do Código Eleitoral, mas o voto continuava sendo obrigatório apenas para os homens. Somente em 1946 a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.
A comemoração desta data, nos dias de hoje, ganhou um significado único. A primeira mulher eleita ao cargo de Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, precisou quebrar vários paradigmas e preconceitos. O primeiro deles, o simples fato de ser mulher e ter sua vida pública e privada desqualificada numa campanha eleitoral de baixo nível; durante a campanha foram muitas as difamações, sobre diversos assuntos. Perderíamos um bom tempo falando sobre cada um deles. Certamente o último preconceito quebrado pela presidenta Dilma, foi o que dizia que mulher não vota em mulher. Na última eleição, as mulheres provaram o contrário. A eleição de Dilma foi a prova que as mulheres não só votaram em uma mulher, como decidiram a eleição presidencial.
O fato é que, a eleição da presidenta Dilma Rousseff representou um grande avanço na luta das mulheres pelo direito de participar ativamente da vida e das decisões políticas do país, porém, a representação de mulheres nas instâncias de poder ainda é muito desigual. Estamos longe de um equilíbrio nas esferas políticas, quando o assunto é a participação da mulher na política brasileira. Junto com a conquista do voto feminino, podemos ressaltar que a lei de cotas, garantindo a participação mínima de 30% de mulheres nas listas de candidatos dos partidos políticos foram dois mecanismos que deram consistência e visibilidade a luta quase centenária das mulheres, mas não resultou em uma maior participação. Basta