Escuta, zé ninguém

REICH, Wilhelm. Escuta, Zé ninguém, São Paulo: Cortez, 1968

Wilhelm Reich nasceu em 24 de março de 1896, em Dobrzanica, uma pequena aldeia do distrito de Peremyshliany, no noroeste da Ucrânia, filho de pais judaicos recebe uma educação estritamente alemã. Quando pequeno descobre que sua mãe Cecilie mantém um caso com o preceptor de seus filhos, e conta involuntariamente a seu pai, Leon, que da início a uma série de humilhações a Cecilie culmindando em seu suicídio, esse trauma marcaria sua vida. Em 1915 Reich é incorporado ao exercito austríaco, graduando-se como oficial e servindo na frente italiana.
Forma-se em 1922 em medicina, inicia seus trabalhos com o tratamento de pacientes com distúrbios mentais, na Universidade Neurológica e Psiquiátrica, incluindo técnicas de hipnose e de psicoterapia no tratamento. É forçado a sair da Alemanha pelo nazismo, mudando-se para Noruega e mais tarde, em 1939, para os Estados Unidos, onde cria o instituto para o estudo do “orgone universal”, que intenta utilizar em tratamentos, inclusive do câncer. Em 1942 tem seu livro: “A função do Orgasmo” publicado. Em 1954 a Federal “Food and Drug Administration” passa a invetiga-lo iniciando um processo judicial que resultaria em seu aprisionamento em 12 de março em 1957, morre no dia 3 de novembro do mesmo ano, ainda preso.
Reich escreve “Escuta, Zé Ninguém” no verão de 1946, logo após fim da II Guerra Mundial, sendo essa citada ao longo do livro. Há um forte apelo individual para se chegar ao bem coletivo. Nota-se que o autor fala sobre um tipo, em que a maioria da sociedade se enquadra em diversos ou mesmo somente um aspecto, o Zé Ninguém. O autor afirma que o Zé Ninguém é a base de produção econômica e política da sociedade “Um dia saberás e defenderás saber que és o suporte da sociedade humana. [...] Os teus heróis de armadura reluzente não teriam soldados nem armas se claramente assumisses o fato de que mais importam as tuas colheitas” (REICH: 59-1946), nenhum czar ou reich