Escultura do período helenístico
A escultura do Classicismo, o período imediatamente anterior ao Helenismo, se construiu a partir de um poderoso arcabouço ético que tinha suas bases na tradição arcaica da sociedade grega, onde a aristocracia governante havia formulado para si mesma o ideal de aretê, um conjunto de virtudes que deveriam ser cultivadas para a formação de uma moralidade forte e de um caráter socialmente apto, versátil e eficiente. Paralelamente, formulou-se o conceito de kalokagathia, que afirmava a identidade entre Virtude e Beleza. Expressando esses conceitos sob formas plásticas, nasceu um novo cânone formal, desenvolvido por Policleto e pelo grupo de Fídias, que buscava a criação de formas humanas ao mesmo tempo naturalistas e ideais, através de cuja beleza perfeita e equilibrada se pudessem perceber as virtudes do espírito. [1]
Essas ideias haviam sido reforçadas pela contribuição de filósofos como Pitágoras, que diziam ser a arte um poder efetivo, capaz de influenciar as pessoas para o bem ou para o mal, conforme se obedecia ou violava certos princípios de equilíbrio e forma. Dizia também que a arte deveria imitar a ordem divina, que se baseava em relações numéricas definidas, e se expressava na harmonia, coerência e simetria dos objetos naturais. Ele trabalhara suas ideias a partir de suas pesquisas com a matemática e a música, mas não tardou para que elas fossem aplicadas às outras artes, incentivando um uso eminentemente ético para a criação artística e fomentando valores coletivos antes do que individuais, o que a filosofia idealista de Platão corroborou com eloquência. [2]
No século IV a.C., os conflitos causados pela Guerra do Peloponeso deixaram as cidades-estados gregas gravemente desgastadas. Sem condições de garantir a autonomia de seus territórios, elas tornaram-se uma presa fácil para povos estrangeiros. Ao norte da Grécia, a civilização macedônica começava a empreender um projeto expansionista que, em pouco tempo, foi capaz de assegurar o controle