Escravos das Charqueadas em Pelotas

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1. ESCRAVOS TRABALHADORES DAS CHARQUEADAS.

A produção de charque, que consiste na salgação da carne, era realizada para aumentar o tempo de conservação da mesma. Foi em 1780 que essa técnica se tornou uma atividade sistemática e economicamente significativa. Em Pelotas e na região atual de Monte Bonito, existiram em média quarenta charqueadas.
As charqueadas podiam ser comparadas com uma penitenciária, devido à rígida segurança e ao tratamento ríspido dado aos escravos trabalhadores. Os escravos trabalhadores das charqueadas eram vítimas de maus tratos, mesmo doentes não tinham nenhum alívio em relação ás exigências do trabalho. Eram tratados como máquinas, das quais se exigia a máxima produção sem preocupação com seu desgaste, eram obrigados a cumprir suas tarefas até os seus últimos momentos.
A cidade de Pelotas durante 1870 vivenciava um paradoxo visível, enquanto a cidade crescia e se urbanizava, também era invadida pelos cheiros desagradáveis, que resultavam da matança realizada nas charqueadas. As condições sanitárias na cidade eram precárias, e, não somente na área das charqueadas. A umidade intensa, os terrenos alagadiços, o frio e o vento combinavam-se, provocando muitas doenças. Os terrenos, com muita água e pântanos, também estabeleciam condições propícias para a proliferação de insetos que invadiam as residências.
A riqueza de Pelotas foi conquistada através do braço escravo. No período de 1870 e 1880 o tráfico negreiro já havia sido encerrado, portanto os escravos eram originários do próprio estado ou de tráfico interno.
Dreys (citado em Magalhães, 2000) afirma que os cativos, em outras regiões do Brasil, que apresentassem mau comportamento seriam ameaçados com a venda para o Rio Grande do Sul, pois diante do clima e do tipo de trabalho ali realizado, essa seria uma ameaça passível de aquietar os mais recalcitrantes. (LONER; SCHEER;. 2012, p.138)
Os escravos possuíam uma abundância de carne em sua alimentação, pois os restos e os pedaços

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