Escravidão breves perspectivas entre duas historiografias
Resumo: A escravidão no Brasil Colonial é um dos temas mais estudados da História do país. Se por um lado o grande volume de obras produzidas sobre a mesma permite uma configuração pormenorizada daquela instituição no quadro histórico em que se insere, por outro gera grandes discrepâncias acerca de inúmeros fatores, interpretados à luz de correntes historiográficas nem sempre convergentes. O presente artigo visa, portanto, traçar um breve panorama sobre a relação entre escravos e senhores sob a perspectiva de duas correntes historiográficas que abarcam o estudo da questão, buscando problematizar consonâncias e dissonâncias nas obras utilizadas para a composição deste trabalho.
Palavras-chave: Escravidão, Historiografia Brasileira.
1. Introdução
A bibliografia produzida acerca da escravidão e suas inúmeras facetas é volumosa, compondo-se por obras das mais diversas correntes historiográficas ao longo do último século. Ainda assim, nota-se um grande interesse por parte de pesquisadores brasileiros em desdobrar pontos que não estariam suficientemente esclarecidos ou que recebem novas interpretações à luz de fontes até então pouco trabalhadas, beneficiando, pois, a composição de um quadro mais rico do período abarcado.
Trabalharemos com duas historiografias que marcam o pensamento do papel do escravo no sistema produtivo colonial, uma considerada “tradicional”, em que as relações senhor-escravo se dão pela violência e submissão; e outra surgida a partir da década de 1980, que lança novas discussões sobre este tema.
Uma ressalva deve ser feita acerca da discussão promovida pelos autores sobre a escravidão, pois existem várias formas de compreendê-la de acordo com seus referenciais teóricos e metodológicos, bem como pelos momentos históricos por eles vividos. Em virtude desta discussão, pautaremos nossa exposição a partir de obras que contemplam ambas as historiografias, visando