Breve problemática a respeito da Revolta dos Malês e Revolução Farroupilha, conforme as perspectivas historiográficas de João José Reis e Sandra Jatahy Pesavento.

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Breve problemática a respeito da Revolta dos Malês e Revolução Farroupilha, conforme as perspectivas historiográficas de João José Reis e Sandra Jatahy Pesavento.

Caio Prado Junior afirma que a nossa independência se deu de forma divergente das de outras independências americanas. Para o autor, as outras são conquistadas em campo de batalha, enquanto no Brasil ela se deu através da vinda da Corte portuguesa, como vimos anteriormente. No entanto, isso não significa que o contexto da independência e de sua consolidação foi harmonioso. Trataremos de duas revoltas regenciais, a Revolta dos Malês, protagonizada por africanos escravizados, e a Revolução Farroupilha, realizada pela elite provincial do Rio Grande do Sul. O historiador Joao José Reis, apresenta a história da Revolta dos Malês em sua obra “Negociação e Conflito”, no sexto capítulo, intitulado “O levante dos malês, uma interpretação política”. O autor nos induz a pensar a revolta como uma mistura de características: de classe, de etnia e de religião. Ainda assim, temos que pensar quem eram os protagonistas dessa revolta e o porquê da sua luta. A Revolução Farroupilha é tema do texto de mesmo nome da historiadora Sandra Jatahy Pasavento, que aborda questões a respeito da figura de Bento Gonçalves, a partir de um ponto de vista contrário à historiografia nacional. Ambos os autores propõem outra perspectiva a respeito de visões já construídas a respeito das duas revoltas. A Revolta dos Malês, ocorrida no ano de 1835, foi composta em geral por escravos ou libertos da etnia nagô e da religião muçulmana (ou malês). De acordo com Reis, foi uma rebelião escrava:
Esta pode parecer uma afirmação óbvia, mas não é. Há uma longa tradição, iniciada por Nina Rodrigues, que sustenta que a Revolta não teve relação com a escravidão. Ela teria sido uma guerra santa islâmica, levada a cabo por escravos e libertos africanos, com o único objetivo de expandir o islã. (REIS, 1989. p. 100) Apenas neste trecho, já

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