ESCOSTEGUY Atual
ESCOSTEGUY, Ana C. Os estudos culturais. In: HOHLFELDT, Antonio. Teorias da Comunicação: conceitos, escolas e tendências. São Paulo: Vozes, 2001, p. 151-170.
Este texto de Ana Carolina Escosteguy tem por objetivo apresentar a tradição dos Estudos Culturais, principalmente, àqueles que se iniciam no estudo das teorias da comunicação. A autora percorre a perspectiva teórico-metodológica, das suas origens até a atualidade, além de estabelecer um recorte dentro do vasto empreendimento, diversificado e controverso, dos Estudos Culturais relacionado ao propósito geral da presente coletânea. Esta apresentação privilegia as conexões com os mass media e a cultura popular dentro do amplo espectro compreendido por essa tradição. O texto encontra-se dividido em três partes, sendo estas: 1. Uma narrativa sobre a formação dos Estudos Culturais; 2. Os princípios fundadores do projeto; 3. Os objetos de estudo e o encontro entre feminismo e Estudos Culturais.
Na primeira parte do texto a autora aborda as origens dos Estudos Culturais britânicos, embora não desconheça sua atual problematização. O campo dos Estudos Culturais surge através do Centre for Contemporary Cultural Studies (CCCS), diante da mudança dos valores tradicionais da classe operária da Inglaterra do pós-guerra. Inspirado na sua pesquisa, The Uses of Literacy (1957), Richard Hoggart funda em 1964 o Centro. Ele aparece vinculado ao English Department da Universidade de Birmingham, compondo-se num centro de pesquisa de pós-graduação da mesma instituição. As relações entre a cultura contemporânea e a sociedade vão formar o eixo principal de observação do CCCS.
A autora cita que três textos que surgiram nos final dos anos 50, são identificados como as fontes dos Estudos Culturais: Richard Hoggart com The Uses of Literacy (1957), Raymond Williams com Culture and Society (1958) e E. P. Thompson com The Making of the English Working-class (1963). O primeiro é em parte