Escolas família agrícola
1940: ações e contradições das políticas educacionais
RESUMO: O presente trabalho objetiva discutir a educação rural entre as décadas de 1930 e 1940 no Maranhão. Apresenta-se o estudo no contexto do Estado Novo, período autoritário e centralizador na política nacional. Nesse sentido, pretende-se analisar as ações políticas ensejadas para a educação rural, através das instituições de ensino agrícola, bem como o caráter da oferta e negação das escolas rurais para os “pés-descalços”, no Maranhão, desvelando intenções e contradições no que diz à articulação com a lógica produtiva capitalista.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Rural, Ensino Agrícola, Maranhão, Estado Novo.
1 INTRODUÇÃO
No aspecto sócio-educacional, o conflito urbanidade e zona rural fez-se notar na elaboração das políticas oficiais no segundo e terceiro quartel do século XX. Entre 1920 e
1940 o contexto impulsiona uma complexificação do debate acerca do caráter do ensino agrícola e/ou rural. Desta forma, as políticas educacionais agrícolas polarizavam-se em duas propostas distintas: 1) A escola rural enquanto instrumento de alfabetização ou 2) a escola rural enquanto instrumento de qualificação para o trabalho. Segundo Mendonça
(2007), a partir do Estado Novo deu-se a vitória desta última com a chamada “vertente ruralizadora” do ensino básico agrícola, tendo como base o binômio educação e treinamento. Nesse sentido, a partir do quadro de tentativa de uniformização das políticas educacionais no Brasil no período das décadas de 1930 e 1940, busca-se, no presente artigo, discutir o tipo de posicionamento do Estado Novo frente à oferta e manutenção do ensino agrícola e as escolas rurais à população do Maranhão durante o período deste regime. Objetiva-se, ainda, debater os discursos e práticas que se efetivaram na realidade sócio-educacional destas escolas frente à intervenção federal de Paulo Ramos e as determinações do Estado Novo