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IDADE MÉDIA
As primeiras manifestações históricas da literatura portuguesa (entende-se literatura como a arte ou ofício de escrever de forma artística e não deve ser confundida com documentos de outra natureza) verificáveis provêm de composições poéticas datadas do séculos XII. São em verso os mais antigos textos de caráter literário escritos em português. Acontece na literatura portuguesa o que aliás se verifica em quase todas as literaturas antigas e modernas: a poesia toma a dianteira e, muito antes da prosa, alcança as condições de mais completa maturidade literária.
Foi a poesia trovadoresca, na fala galaico-portuguesa que, por mais de um século se fez ouvir em Portugal, que encontrou na escrita o apropriado meio de registo da arte lírica criada por trovadores, e que deu inicio à expressão literária da língua portuguesa.
Esta poesia trovadoresca apresenta quatro modalidades, singularmente caracterizadas: a “Cantiga de Amigo”, a mais antiga, originária da Provença (Sul da França) e da orla noroeste da Península Ibérica; a “Cantiga de amor”, mais complexa e mais culta; a “Cantiga de Escárnio” e a “Cantiga de Maldizer” que, sem amenidades de linguagem, exprimem uma outra faceta da vida medieval, bastante mais vulgar mas também realista.
Do registo lírico sucedeu-se a Prosa medieval. Contrastando com a qualidade e volume da produção poética, os primeiros documentos literários em prosa exibem, com a sua penúria, uma forma de expressão ainda hesitante e confusa. Nos conventos, praticamente os únicos focos de irradiação cultural da época, ensaiaram-se as primeiras tentativas de prosa literária: obras de edificação moral e religiosa; breves anotações de acontecimentos; piedosas vidas de santos e inúmeras traduções de obras latinas, normalmente destinadas à instrução ou à edificação dos crentes. Além destas obras de intuitos religiosos e morais e de rudimentar feição histórica, há a considerar os Livros de Linhagens ou