Escola
Para piorar a situação, a pesquisa do Data Popular indica que um terço dos homens acha constrangedor ser chefiado por uma mulher. Apesar das disparidades, Meireles destacou que esse assunto começa a deixar de ser um tabu nas empresas e nas universidades para que mudanças na cultura das organizações possam criar uma equidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. “Isso precisa mudar, uma vez que não há uma justificativa para que existam essas diferenças salariais. A cultura do machismo é grande e precisa ser desmistificada”, completou.
Não se constroem padrões como esse da noite para o dia. O machismo não é invenção moderna. Acompanha as culturas das quais somos herdeiros há milênios. Pode ser encontrado em ainda outras mais. Em praticamente todos os tempos históricos. O machismo não nasceu com o capitalismo: o capitalismo é que foi forjado sobre um pensamento machista. O machismo não nasceu com a Igreja: a Igreja é que tomou os contornos dele. O machismo não nasceu com a propriedade privada no pré-feudalismo europeu: esse último é que se baseou nele. O machismo não tem origem, nacionalidade. Não depende do racismo nem de classes sociais para existir. O machismo está aí — porque só passamos a enxergá-lo há pouco mais de um século, contra milênios de sua existência anterior. Porque lutamos umas poucas pessoas contra ele, enquanto as estruturas mais elementares da nossa sociedade (Estado, religião, família, conhecimento, educação, escola, ciência, filosofia, indústria, classes, racismo) já nasceram modeladíssimas por ele. O machismo é a hegemonia,