Escola
Crescer no final dos anos 50, começo dos 60, aqueles foram os melhores anos da minha vida. Foi bem quando eu estava descobrindo do que se trata a vida. Eu tinha pais rigorosos, e tudo bem; a adolescência do meu tempo não teve nada a ver com a dos meus filhos adolescentes, ou a dos adolescentes de hoje.
Eu não me lembro de ninguém usando drogas, pelo menos nenhum dos garotos com quem eu andava. (…)
O ensino médio era divertido. (...) Eu não era velha, não tinha rugas nem era gordinha naquela época. Meu irmão mais velho estava sempre um passo atrás de mim. Ele tomava conta de mim. Às vezes mais do que precisava.
Íamos a um clube de carros onde todos os garotos compravam aqueles carros antigos e os consertavam. Aí eles tinham exposições de carros com votação. Uma vez por mês o clube de carros dava um baile. (…)
Às vezes, íamos todos para o campo, circulávamos com os carros, ligávamos os faróis, sincronizávamos todos os rádios na mesma estação e fazíamos um baile de rua.
Costumávamos encher um carro de gente e ir para a cidade de Fresno, a um lugar chamado Parque Roddings. Lá, corríamos pelos no calor do verão. Não fazíamos nada de mau, era só boa e saudável diversão. Tudo parece tão infantil agora, mas a vida era excelente naquela época.
Quando deixei a Califórnia, eu me senti como se quisesse morrer. Todos os meus amigos haviam partido para algum lugar novo. Eu tinha 17 anos nessa época. O ensino médio havia terminado, e eu sentia que a vida também. Eu detestava a vida, às vezes parecia que eu odiava meus pais por virarem todo o meu mundo de cabeça para baixo, e para quê?
Mas a vida continua; eu consegui um emprego, conheci o homem com quem me casaria. (...) Tenho de admitir, por mais que eu amasse aquele homem, eu não estava pronta para me casar. Eu simplesmente não estava pronta para abandonar meus anos de adolescente. Eu amava minha vida e amava estar me tornando uma mulher. Mas não