Escola
Nesta canção um índio aparece como um herói, alguém que vem do espaço, de um outro planeta talvez, uma espécie de E.T. que, transportado por uma estrela depois de exterminada a última nação indígena, vai pousar na América, coração do hemisfério sul.
É uma letra cheia de hipérboles cuja dimensão crítica concentra-se sobre a antítese entre elementos naturais (estrela, nação indígena, espírito dos pássaros, fontes de água límpida, índio preservado em pleno corpo físico, sólido, gás, líqüido, átomos, palavras, alma, cor, gesto, cheiro, sombra, luz, som) e o progresso das cidades (nação indígena exterminada e tecnologias).
No refrão da música, o índio é comparado a alguns personagens conhecidos universalmente, tais como Muhammad Ali, boxeador que, se convertendo ao Islamismo, lutou contra o racismo e se tornou mundialmente conhecido, não somente por haver sido campeão de boxe nos anos 60 e 70, mas também por suas posições políticas; Peri, personagem da literatura brasileira, também índio que age motivado pela paixão; Bruce Lee, o melhor lutador de artes marciais de todos os tempos.
O axé do afoxé Filhos de Gandhi é uma referência ao poder vital, à força, à energia de cada ser e de cada coisa – ou à energia sagrada dos orixás – presentes no cortejo de natureza semi-religiosa que acontece no carnaval baiano em homenagem à Mahatma Gandhi. Mahatma, do sânscrito A Grande Alma, foi um dos idealizadores e fundadores do moderno Estado Indiano, um influente defensor do princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto como um meio de revolução. Também inspirou gerações de ativistas democráticos e anti-racistas, incluindo Martin Luther King e