Escola é Lugar de Fé?
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA NATUREZA COM HABILITAÇÃO EM FÍSICA
CAMPUS JARAGUÁ DO SUL
Escola é lugar de fé?
* Cleiton Silveira Camargo
Educação e fé. Está não é uma polêmica recente. Desde que o presidente norteamericano George W. Busch defendeu, em pleno século 21, o ensino do "Design
Inteligente", um variação sofisticada da teoria criacionista, que prefere a Bíblia à ciência pra explicar o surgimento da vida, em escolas públicas dos Estados Unidos, foi retomada a discussão acalorada sobre a influência da religião nos currículos escolares laicos. No país americano, a ação de grupos inseridos no Estado para determinar a obrigatoriedade de temas religiosos no ensino formal tem levado a Suprema Corte a colocar em julgamento a relação entre Estado e Religião. E o resultado é sempre baseado no mesmo princípio: a presença compulsória da visão religiosa em escolas públicas viola a primeira emenda da Constituição norte-americana, que institui a liberdade de crença e de expressão.
Conflitos relacionados à educação e religião como os que ocorrem nos Estados
Unidos, França e em outros países do ocidente em que igreja e Estado são instituições divorciadas podem parecer distantes do ensino brasileiro, ainda às voltas com a possibilidade de ofertar uma educação pública com padrões mínimos de qualidade. No entanto, apesar de a Constituição brasileira garantir o Estado laico desde 1891, o país não está livre da questão. No ano de 2008, o Ministério da Educação tomou posição no debate no ensino relativo ao ensino do criacionismo nas escolas do país. Para o MEC, o modelo não deve ser apresentado em aulas de ciências, como fazem alguns colégios privados, em geral confessionais.
O debate se deu, devido ao material didático utilizado pelas escolas Mackenzi e
Pueri Domus, que traz visão teológica no ensino fundamental; segundo o modelo, que se opõe à teoria da evolução desenvolvida por