As Religiões de matriz africanas
O transporte dos negros para o Brasil, através do tráfico negreiro, patrocinado por ingleses e portugueses, com objetivos exclusivamente econômicos, teve seu início por volta do ano de 1.533. Desde então eles passaram a ser transportados de várias partes do continente africano, sempre com maior frequência e em maior quantidade. Ao serem obrigados a cruzar o Oceano Atlântico, provenientes das mais diversas regiões do continente africano, traziam consigo toda uma carga cultural: música, dança, culinária, língua, inclusive a religião. Sobre isso Lody (1987) dizer:
(...) Nesse âmbito de interesses econômicos, o continente africano é alvo de uma série de investidas que, da segunda metade do século XVI à primeira metade do século XIX, serviram de cenário para o transporte de milhares de homens e mulheres da África para o Brasil, reunindo diferentes etnias, contrastantes estágios culturais e diferenciados temas sociais, econômicos, políticos e religiosos. (LODY,1987, p. 07).
Ao chegarem à nova terra, encontravam inúmeras adversidades. Entre elas estava a impossibilidade de praticar seus cultos, apesar de que em algumas situações, tais práticas serem permitidas pelos senhores, como forma de proporcionar algum divertimento, principalmente àqueles que não se revoltavam. A obrigação de praticar a religião católica era imposta aos negros, porque a metrópole professava o catolicismo como religião oficial, de forma que a os habitantes da colônia, como súditos da coroa portuguesa também deviam fazê-lo. De acordo com Moraes (2004, p. 03), “o catolicismo nos primeiros séculos de formação da sociedade brasileira, assumiu um caráter obrigatório”. Ainda segundo o referido autor (ibidem), “viver na América portuguesa sem pertencer à religião católica era uma das tarefas das mais difíceis, o indivíduo deveria no mínimo, demonstrar um certo respeito pelo credo romano.
No entanto, permitir que os escravos praticassem a sua religião era perigoso para