Escola inglesa psicanálise
Março / 2013
Fichamento: Escola Inglesa de Psicanálise – Grã-Bretanha
William Tuke fundou um estabelecimento para acolher insanos em 1796 e nomeou de York Retreat. O tratamento moral praticado por Tuke consistia em socializar o doente mental, desta forma integrando-o, à força, a uma estrutura hierárquica de tipo familiar. Frederick Myers, adepto do espiritismo e representante da psiquiatria dinâmica, foi o primeiro a mencionar o Freud na Inglaterra. Havelock Ellis também falou sobre as teses de Freud, expondo-as em revistas de neurologia que eram lidas por médicos ingleses. Mas o verdadeiro introdutor da psicanálise na Grã-Bretanha foi o Ernest Jones. Jones foi a Amsterdam, para assistir ao primeiro congresso de psiquiatria, neurologia e assistência aos alienados. Ele conheceu grandes nomes da psiquiatria por lá, inclusive o Jung. Em 1908, Jung o convidou para trabalhar na clínica do Hospital Burghölzli e encontrou o Freud pessoalmente pela primeira vez. Foi então o início de uma grande amizade entre eles. Foram muitas cartas trocadas entre discípulo e mestre. Jones participou com Jung de um congresso internacional de medicina em Londres, que reuniu os principais representantes da psiquiatria dinâmica européia e americana. E Pierre Janet, muito em voga na época, iria apresentar um relatório hostil ao que se chamava então o pansexualismo freudiano. Muito mal recebido pela opinião científica inglesa, a tese de Janet sobre a origem da doutrina sexual de Freud não encontrou eco na comunidade científica anglo-americana. Jones pode permitir-se estigmatizar a inveja do psicólogo francês, denunciando o absurdo de seu raciocínio. Três semanas depois, consumava-se o divórcio entre Zurique e Viena, entre Freud e Jung. Depois dessa terceira dissidência na história da psicanálise, e às vésperas da Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha começou a desempenhar um papel central na Europa para a difusão do