Escola Frankfurt W
INDUSTR IA CULTURA L
FRANCISCO RUDIGER *
Resumidamente a contribuic;ao da Escola de Frankfurt ao campo dos estudos de comunicac;lio situa-se no plano do que se costwna chamar de critica a industria cultural1. Theodor Adorno, seu criador, lanc;ou as bases de um programa de pesquisa que pode ser caracterizado, em poucas palavras, como uma ampliac;ao da aruilise marxista do fetichismo da mercadoria a esfera dos fenomenos culturais. A reconstituic;ao de sua trajet6ria - que se tentara esboc;ar nestas paginas - pressupoe o seu entendimento menos como sistema te6rico acabado do que como um programa de pesquisa cujo conteudo vivo e potencial de estimulo ainda nao se encontra exaurido.
Ao contrario do suposto comumente, o enfoque frankfurtiano nao se deixou ultrapassar pelos sucedaneos que, legitimamente ou nao, reivindicam sua heranc;a, como os estudos culturais e a econom1a politica das comunicac;oes. Apresentando uma trajet6ria marginal, mas nem por isso irrelevante, esse enfoque conserva-se ainda hoje como uma referencia possuidora de sua pr6pria identidade e capacidade de renovac;ao, sobretudo nos Estados Unidos, conforme se pode constatar recorrendo aos trabalhos de Frednc Jameson e Douglas Kellner.
Nas palavras do primeiro:
"Considero do maior interesse a an6lise da Esco/a de Frankfurt sobre a estrutura mercantil da cultura de massa; se proponho um modo um pouco diferente de observar 0 mesmo fenOmeno, niio e porque sinta que sua abordagem tenha sido esgotada. Ao contra rio, ma/ comefamos a desvendar todas as conse quincias de tais descrif{Jes, sem mencionar a elaboraf fJo de um inventario exaustivo de modelos variantes e de outros trQfOS alim da reifica¢o mer cantil, em termos dos quais esses artefatos poderiam ser analisados.
A critica da indl'.istria cultural constitui uma corrente de estudo que pode ser