Resenha IBRA
Euclides da cunha e Monteiro Lobato, dois autores do pré-modernismo brasileiro, têm postura ativa diante dos problemas sociais brasileiro, criticando o Brasil arcaico e indo de encontro ao academicismo predominante. Esses autores ainda apresentam mais pontos em comum quando tratam, respectivamente, de suas obras ''Os Sertões - O homem'' e ''Jeca Tatu'': ambos tentam - e conseguem - denunciar a realidade brasileira, mostrando o Brasil que não condiz com o retratado usualmente. Também tratam do regionalismo, como por exemplo o interior paulista de Monteiro Lobato e o Nordeste de Euclides da Cunha. Continuando com as tangenciações, ambos autores abordam tipos humanos marginalizados (o caipira Jeca Tatu de Monteiro Lobato e o nordestino de Euclides que sofre com a seca e vive no constante exôdo em busca de uma condição de vida melhor).
Euclides da cunha, natural do Rio de Janeiro, teve formação positivista e era um republicano convicto. Quando vivia em São Paulo, trabalhando no jornal O Estado de São Paulo, foi enviado para o sertão bahiano com o intuito de cobrir a guerra de Canudos. Então, cinco anos depois, lançou a obra ''Os sertões'' que se divide em 3 etapas: A terra, O homem e A luta. Pode-se perceber que ao longo do "documentário" de carater literal e científico ao mesmo tempo, o autor analisa os acontecimentos de canudos à luz das correntes científicas da época. Assim, essa obra torna-se única em nosso acervo, se tratando de um experiência com estilo literário, de fundo histórico e de rigor científico. Para tratar da parte que foi estudada e analisada em sala ("Os sertões - O homem"), Euclides adota o modelo do determinismo científico: teoria adepta da ideia de que o meio determina o homem. Nessa parte do livro, o autor decreve os costumes do sertanejo, sua relação com o meio, seu comportamento, crenças e costumes. Euclides estuda a gênese do jagunço, a formação do Brasileiro e a presença de negros , índios e brancos (portugueses). Após