ervas medicinais
O horto é resultado de quatro décadas de trabalho de pesquisadores da UFC, que realizaram um meticuloso estudo devalorização do conhecimento popular de comunidades espalhadas pelo Nordeste brasileiro. Liderados pelo doutor José Abreu Matos, morto em 2008, eles desbravaram sertões e interagiram com pessoas humildes, sistematizando um precioso banco de informações sobre a flora da região.
Esse encontro da sabedoria popular com o conhecimento científico resultou, em 1983, na criação do projeto Farmácias Vivas, iniciativa que, ao longo de muitos anos, analisou centenas de plantas e já comprovou aspropriedades medicinais de 64 delas – das quais cerca de 30 são cultivadas e regularmente utilizadas como medicamentos por várias prefeituras, pequenas comunidades e instituições sociais no Nordeste.
Reconhecido pelo rigor científico e alcance social, o projeto avançou bastante a partir de 1999, quando uma lei do Estado do Ceará abriu a possibilidade de incorporar o Farmácias Vivas ao sistema público de saúde. Atualmente, 74 unidades estão em funcionamento no Ceará e outros Estados, cultivando plantas, processando e distribuindo medicamentos.
Em meados de 2010, o Ministério da Saúde também aderiu a essa iniciativa com a edição da portaria 886 – que está em fase final de regulamentação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na prática, o aval da Anvisa, previsto para ser editado este ano, vai permitir que os remédios fitoterápicos entrem de forma definitiva em milhares de postos de saúde do país, dando novo impulso ao Farmácias Vivas.
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