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Roubo no museu da república reacende a discussão sobre a fragilidade da segurança nos museus brasileiros.
Na terça-feira da semana passada (2), foi roubada no museu da república uma caneta em formato de pena que pertenceu ao ex-presidente Afonso Pena. A caneta é ornamentada com um ramo e possui uma pequena placa e um trevo com três folhas e três brilhantes. A haste é lisa e tem a inscrição “Dr. A p. – lei do sorteio/homenagem do exército ao Dr. A.pena”. Segundo a diretoria do museu, não há valor financeiro estimado. Apenas existe um valor histórico que não pode ser calculado em cifras.
O mesmo acaba acontecendo quando outras obras valiosas e estimadas em dinheiro são roubadas, como as paisagens de Monet, feitas em Londres, ou o Arlequim, de Picasso. Por serem tão famosas e serem um patrimônio da cultural mundial, elas não podem ser postas a venda no mercado de arte. O que leva a crer que este tipo de crime sempre aconteça por encomenda.
Mas nem sempre. Também há casos em que os criminosos ficam com as peças sem saber ao certo o que fazer com elas. Segundo o especialista em crimes de arte e ex agente da polícia federal americana, FBI, Robert Wittman, quem comete esse crime são bandidos e não especialistas em artes. Péssimos negociadores, eles costumam usar os objetos de furtos como itens de troca em negociações com a polícia ou as vendem para colecionadores que compram os quadros pensando ser cópias e não originais. E daí acontece que muitas delas só voltam aos museus, quando voltam, quarenta anos depois.
De qualquer forma, sem material humano é difícil evitar furtos e roubos num museu. Para Wittman, “Qualquer alarme ou câmera de segurança pode no máximo alertar para o caso ou gerar provas, mas nunca evitar que o crime aconteça”. De fato, no Museu da República, há poucos seguranças. Apenas 12 pessoas fazem a segurança no local. O roubo aconteceu entre as 15h45 e as 16h, quando um visitante ficou sozinho na sala em