Era dos imperios
Ao falarmos de história, tratamos de revoluções, abordamos extremos e esmiuçamos impérios. Lidamos com fenômenos que levam a humanidade à ruína ou à consagração. E são justamente esses os motes da trilogia do escritor britânico Eric Hobsbawm – A Era das Revoluções, A Era dos Impérios e A Era dos Extremos –, que ocupam as páginas da nossa seção Obra-Prima nas últimas três edições. Os clássicos escritos por Hobsbawm têm em comum o ponto de partida: a virada de um século.
A Era dos Impérios volta à primeira obra de Hobsbawm, A Era das Revoluções, como algo já conhecido, familiar. A “dupla revolução”, iniciada em 1780, já é, então, centenária. Agora, a Revolução Industrial que começou na Inglaterra e os ideais liberais da Revolução Francesa não são exclusivos de setores restritos da elite européia. Tanto uma como outra espalharam-se pelo mundo. A expansão do capital já se faz em escala mundial. E há uma revolução na área dos transportes e das comunicações. Ferrovias e navios a vapor transportam cargas cada vez maiores de aço, carvão e outras manufaturas. Telégrafos transmitem informações instantaneamente.
Imperialismo
A verdade é que não havia mais a possibilidade de a Inglaterra manter-se hegemônica, já que diversos países estavam se industrializando. Os Estados Unidos, a Rússia czarista e o Japão avançavam a passos largos. Estava cada vez mais nítida a divisão do mundo em dois blocos distintos: países “avançados” e “atrasados”. Tal distinção não dizia respeito a índices econômicos, mas sim a uma afirmação de superioridade cultural de países que se industrializavam, disseminavam sua cultura e avançavam militarmente sobre outros países, com fins de exploração comercial.
Nos anos 1880, a Alemanha e a Itália se unificavam. A União Soviética levava adiante sua revolução industrial e os Estados Unidos se