Era bacteriologica
Até meados do século XIX, a saúde pública dispunha de poucos instrumentos para o controle de doenças. Os mais utilizados eram o isolamento e a quarentena. O desenvolvimento das investigações no campo das doenças infecciosas e da microbiologia resultou no aparecimento de novas e mais eficazes medidas de controle, entre elas a vacinação. Ainda que o mecanismo do contágio já tivesse sido elucidado por Fracastoro no século XVI e as bactérias e outros microorganismos já tivessem sido observados por Antony Van Leeuwenhoek no século XVII, somente no final do século XIX é que a identificação de diversos microorganismos patogênicos é realizada.
A hipótese de que as doenças infecciosas fossem causadas por pequenos ‘animalículos’, ‘sementes’ ou ‘vermes’ não era recente, já sendo uma suposição na Antiguidade. Porém, a partir do uso do microscópio como poderoso auxiliar nessa tarefa, diferentes cientistas vão contribuindo para o estabelecimento de uma importante ruptura epistemológica: o início da era bacteriológica.
Bonomo, em 1687, já havia observado e demonstrado que a escabiose era devida ao ácaro da sarna. Porém, sua demonstração não causou maior impacto entre os cientistas, sendo insuficiente como contraposição à vigência da teoria miasmática. Em 1834, o italiano Agostino Bassi demonstrou a participação de um fungo na doença do bicho-da-seda. Em 1841, Jacob Henle, um anatomista de Zurique, formulou uma teoria em que comprova serem os organismos vivos os causadores das doenças infecciosas. Para ordenar a confusão de idéias acerca da origem das doenças transmissíveis no início do século XIX, elaborou postulados de prova, a serem respeitados para que se pudesse demonstrar ser um microorganismo específico a causa de uma determinada doença: presença constante do parasito, isolamento em meios externos e reprodução da doença a partir do parasito isolado (Rosen, 1994).
No final do século XIX, com o auxílio do