EPIDEMIOLOGIA
Embora não se tenha certeza de quando e quem foi o primeiro a definir a epidemiologia, sabemos que a história dessa ciência acompanha a historia da medicina, especialmente da medicina preventiva. Por isso, considera-se que Hipócrates lançou as principais bases dos estudos epidemiológicos. Hipócrates (460 a.C - 377 a.C), considerado o pai da medicina científica, foi o primeiro a sugerir que as causas das doenças não eram intrínsecas à pessoa nem aos desígnios divinos, mas que estava relacionada a características ambientais. Embora as causas relatadas por Hipócrates tenham sido superadas, reconhecemos que ele lançou as bases para a procura da causalidade das doenças e agravos à saúde, norte principal da epidemiologia até hoje.
Hipócrates, em Tratado dos ares, das águas e dos lugares (século V a.C.), coloca os termos epidêmico e endêmico, derivados de epidemion (verbo que significa visitar: enfermidades que visitam) e endemion (residir enfermidades que permanecem na comunidade). Ele sugere que condições tais como o clima de uma região, a água ou sua situação num lugar em que os ventos sejam favoráveis são elementos que podem ajudar o médico a avaliar a saúde geral de seus habitantes. Em outra obra, Tratado do prognóstico e aforismos, trouxe a idéia, então revolucionária, de que o médico poderia predizer a evolução de uma doença mediante a observação de um número suficiente de casos. Essa também é, até hoje, uma das principais características da epidemiologia e da demografia. Hipócrates considerava que para se fazer uma correta investigação das doenças, era necessário o conhecimento das peculiaridades de cada lugar, e a observação da regularidade das doenças num contexto populacional.
O inglês John Graunt, em 1662, publicou em Londres, um trabalho sobre as bservações acerca das estatísticas de mortalidade no qual analisou nascimentos e óbitos semanais, quantificou o padrão de doença na população londrina e apontou características