epidemiologia
Maria Zélia Rouquayrol – Epidemiologia e Saúde
(http://www.psiquiatriageral.com.br/epidemiologia/conceito.htm)
"Sob o ponto de vista do bem público, uma das implicações práticas da epidemiologia é que o estudo das influências externas torna a prevenção possível, mesmo quando a patogênese da doença concernente não é ainda compreendida. Mas isto não quer dizer que a epidemiologia seja, de alguma maneira, oposta ao estudo de mecanismos ou, reciprocamente, que o conhecimento do mecanismo não seja às vezes crucial para a prevenção”. (Acheson, 1979). O autor, embora sem se referir explicitamente, opina que a prevenção se faz com base no conhecimento da história natural da doença.
História natural da doença é o nome dado ao conjunto de processos interativos compreendendo
“as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até às alteração que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte”. (Leavell & Clark, 1976).
A história natural da doença, portando, tem desenvolvimento em dois períodos seqüenciados: o período epidemiológico (também chamado de pré-patológico) e o período patológico. No primeiro, o interesse é dirigido para as relações suscetível-ambiente, no segundo, interessam as modificações que se passam no organismo vivo.
Abrange, portanto, dois domínios interagentes, consecutivos e mutuamente exclusivos, que se completam: o meio ambiente, onde ocorrem as pré-condições, e o meio interno, locus da doença, onde se processaria, de forma progressiva, uma série de modificações bioquímicas, fisiológicas e histológicas, próprias de uma determinada enfermidade. Alguns fatores são limítrofes. Situam-se, de forma indefinida, entre os condicionantes pré-patogênicos e as patologias explícitas. São anteriores aos