Envelhecer ainda é um tabu.
Tornar-se incapacitado para exercer uma função, ainda mais para quem sempre se considerou um especialista, é bastante assustador, até para os jovens. Este tipo de medo não é saudável, conforme afirma o Dr. Clineu. “Temos que pensar diferente. É necessário fazer planos e perceber que envelhecer é inevitável, e que isso vai levar, consequentemente, a um declínio de algumas funções”. Para ele, estes limites, entretanto, não devem ser encarados como o fim da linha. “Quem aposenta mais cedo, por exemplo, geralmente já pensa em uma nova atividade e consegue ter uma resposta melhor quando interrompe suas obrigações profissionais, procurando alternativas”, exemplifica. Ele explica que, neste processo, uma atitude positiva é fundamental e pode inclusive influenciar na saúde de uma pessoa. “Sem uma atividade e motivação, o indivíduo fica deprimido, come de maneira inadequada, ganhando ou perdendo muito peso, e desiste de se tratar com os médicos”. De acordo com médico, atualmente a expectativa de vida máxima pode chegar a 120 anos (com exceção de casos raros, que passam desta idade), sendo que a população deve chegar cada vez mais perto desta marca. “Apenas 25% da nossa condição de envelhecimento é resultado da carga genética, enquanto os outros 75% estão relacionados ao estilo de vida”, calcula. Outro dado interessante apresentado pelo geriatra é que 80 a 90% da população com mais de 85 anos têm pelo menos uma doença, o que mostra a necessidade do de cuidados especiais ao atingir esta idade. “Se a maioria gerenciasse adequadamente estes problemas, seria possível levar uma vida com mais qualidade”. A maior dificuldade, porém, segundo explica o médico, está em mudar a cabeça de alguns idosos. Isso porque, para ele, a geração de hoje é muito apegada ao status que o trabalho trouxe o que causa dificuldades em parar de exercer a própria função e gera depressão no caso de uma interrupção repentina. “Muitos dos amigos geralmente são do