Entrevista eja
O presente trabalho traz a reflexão feita através de entrevista com uma professora de EJA (educação de jovens e adultos). A entrevistada é concursada do estado e trabalha a 20 anos na mesma escola, passando pela docência de diferentes turmas, vice-direção e educação de jovens e adultos. A escola em que trabalha situa-se no bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre, e caracteriza-se pela comunidade pobre e o grande índice de violência presente entre seus alunos. Muitos dos atos de violência resultam do uso e tráfico de drogas, freqüentes entre os alunos do turno da noite (turno do EJA). Conversei com a professora sobre características básicas do EJA, como acontecem as aulas, como ocorre a aprendizagem e principalmente sobre as características do grupo. O objetivo da reflexão é mostrar os prazeres e as dificuldades encontrados nas salas de aula de EJA.
Relação teoria e prática
O principal apontamento feito pela entrevistada em relação as salas de aula da EJA é a diversidade encontrada entre os alunos. São alunos entre 15 e 60 anos, com diferentes objetivos e em níveis diferentes do ensino fundamental. A entrevistada diz que dentro destas faixas etárias encontra alunos que trabalham e outros não. Muitos estão cansados e não querem ouvir brincadeiras dos colegas. Muitos adolescentes vieram para o curso noturno não por motivo de trabalho mas, porque não têm mais idade para estar com os menores do diurno e estão cheios de "energia". Isso muitas vezes gera conflito, por isso a importância do manejo da professora em aula.
Bruno Edgar Ries em seu artigo sobre a aprendizagem adulta aponta sobre a importância da prática educativa ser voltada para a realidade adulta, portanto, considerar o contexto de vida destes sujeitos, bem como seu desenvolvimento pessoal e social é primordial. Diz também que a aprendizagem está ligada ao desenvolvimento, ou seja, a estrutura cognitiva construída pelo sujeito é pré-requisito para a prendizagem.
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