Entreguerras
Logo a seguir ao fim do primeiro conflito, o que se observa são importantes mudanças políticas e de rearranjos territoriais na Europa, África e Ásia. As Potências Centrais, Alemanha, Áustria-Hungria e Império Turco-Otomano pagarão preços altíssimos pela derrota na guerra. A Áustria-Hungria, uma potência na Europa Central há séculos, deixa de existir, fragmentando-se em várias novas nações, com importância diminuta no cenário político mundial. Caso similar ocorre com o Império Turco-Otomano, que antes da guerra já se encontrava em crise, mas, com a derrota, irá perder todos os seus territórios: o Egito passará formalmente ao controle britânico, Síria, Líbano, Palestina e Iraque passarão a ser administrados por meio de mandatos da Liga das Nações pelos vitoriosos na guerra, França e Reino Unido. O que restou do antigo território Otomano, a atual Turquia, sofrerá uma intensa onda de reformas, dando origem a um estado moderno, secular, que pouco lembra o antigo Império Turco-Otomano.
Mas, sem dúvida, as piores consequencias da guerra caíram sobre a Alemanha, que perdeu todas as suas colônias na África, Ásia e Oceania, foi forçada a pagar uma indenização brutal em bens e dinheiro (que nunca foi quitada) e que arruinou a economia do país, indo desembocar em uma hiperinflação poucas vezes vista.
A crise econômica que devastou a Alemanha iria ressoar através da Europa e chegar aos Estados Unidos em 1929, fazendo enormes estragos neste país, em especial no seu auge, em 1932. Conscientes de que a Alemanha, um importante elemento no arranjo da economia mundial não poderia ser eternamente relegado a um plano inferior devido às dívidas de guerra, as