Enterro Celestial Em Tibet
O enterro celestial é uma prática tibetana que data do século VII d.C. que consiste em dar o corpo dos mortos a comer aos abutres em vez de o enterrar, como é feito na sociedade ocidental.
O enterro celestial faz perfeito sentido no seio da filosofia budista, na qual se baseia esta tradição.
A ideia é a de desapego das coisas materiais e também do próprio corpo. Por isso, para os tibetanos é perfeitamente natural oferecer o corpo de alguém que faleceu aos abutres, uma vez que é só um pacote que abriga aquilo que realmente interessa - a alma.
Os tibetanos acreditam que depois do falecimento de alguém, o seu espírito sobe aos céus e que o corpo deve subir juntamente a ele. E é por isso que elegem os abutres como transportadores tanto do espírito como do corpo, acreditando que assim ambos repousarão em paz no infinito. Para os tibetanos, esta é a melhor forma de honrar o falecido.
No entanto, a prática do enterro celestial nem sempre foi permitida. Durante algumas décadas, depois de o Tibete ter sido invadido pela China, este tipo de enterro foi proibido. Contudo, voltou a ser legal a partir da década de 80.
Mas nem todos os tibetanos são enterrados desta forma. Para os grandes mestres, os procedimentos são diferentes e consistem em cremar os corpos e guardar as cinzas em pequenos templos.
Para os homens e mulheres comuns do Tibete, no entanto, é a forma mais comum de dar um último destino ao corpo e à alma. Para os tibetanos, carne é só carne. Elevada aos céus pelas aves que assim se alimentam, acredita-se que a vida dará origem a uma nova através de espíritos que reencarnam em novos corpos.