Ensino superio no governo fhc
O GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E A AUTONOMIA
UNIVERSITÁRIA NO BRASIL
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Reynaldo Zorzi
1. Introdução
(...) estão presentes na discussão sobre autonomia todos os outros assuntos relacionados à universidade. Tudo se interrelaciona nesta polêmica e todos os dilemas por que passam as instituições de ensino superior têm como fonte a autonomia. Ao nos debruçarmos sobre esta questão, certamente estamos nos preocupando com a universidade como um todo.
Alceu Amoroso Lima
Se nos reportarmos ao surgimento das primeiras instituições de ensino superior na
Europa, no século XII, poderemos observar que já nesse momento o tema da autonomia universitária era debatido. Assim, a autonomia no velho continente surge com o nascimento da própria universidade, significando o direito que a instituição possui de desenvolver livremente, sem a interferência política ou ideológica do governo de ocasião, sua pesquisa, da mesma forma que possa definir suas normas e regras internas, escolher seus dirigentes e outorgar distinções e títulos acadêmicos.
Diferentemente da Europa, onde a autonomia é algo que a universidade possui desde o ato mesmo de sua fundação e é entendida como condição sine qua non para o seu funcionamento. No Brasil a ênfase na autonomia da universidade
(...) decorre de ainda se estar a lutar pela sua concretização e expansão. O problema deve ser examinado em face da natureza das próprias universidades e das condições da sociedade(..).
Considerando que os estados, que as fundaram e mantêm, reconhecem hoje como suas funções a transmissão da cultura, a formação de profissionais, a expansão, pela investigação, do conhecimento humano e a prestação de serviços ao país em estudos, assistência técnica e extensão universitária - é óbvio que o exercício de tais funções requer um grau considerável de autonomia, sem a qual a universidade não poderia desempenhar o alto ministério cultural, científico e técnico que lhe é confiado. (...) A