Ensaio sobre a memória dos lugares: castelo de são jorge em lisboa
Licenciatura em Antropologia
Identidade e Memória
Ano lectivo 2010-2011 (1º semestre)
Docente: Profª Tânia Ganito
Discente: Ana Lúcia Rodrigues, 3ª ano
Ensaio sobre a Memória dos Lugares: Castelo de São Jorge em Lisboa
18 de Janeiro de 2011
Ensaio sobre a Memória dos Lugares: Castelo de São Jorge em Lisboa
O espaço como resultado das relações pré-existentes vinculadas às forças políticas e económicas ora dominantes, deixa marcas impressas na paisagem. Um testemunho que sedimenta recordações, registando informações de tempos passados que contam a história do lugar. A apropriação simbólica do espaço acumulada de sentimentos e pertinência, o particularizar e o transforma em lugar. Neste contexto, o conceito de lugar apoia-se na reflexão de Tuan (1983: 6) quando este diz que: “o espaço é mais abstracto do que o lugar. O que começa como espaço indiferenciado transforma-se em lugar à medida que conhecemos melhor e o dotamos de valor (...), além disso, se pensarmos no espaço como algo que permite movimento, então lugar é pausa: cada pausa no movimento torna possível que a localização se transforme em lugar”. O lugar é o redimensionamento do espaço dotado de sensações, afeiçoes e referências das experiências vividas ou, como diria Carlos (1996: 16) “ o lugar guarda em si, não fora dele, o seu significado e as dimensões do movimento da história em constituição enquanto movimento da vida, possível de ser apreendido pela memória, através dos sentidos do corpo”. As memórias são importantes registos vividos que partem das lembranças e eternizam lugares como referências e cenários para uma constante visita ao passado, trazendo em si, os mais diversos sentimentos documentados e aflorados em narrativas, sonhos e percepções. Assim, o lugar de memória, segundo Nora (1993: 21) “são lugares, com efeito nos três sentidos da palavra, material, simbólico, funcional (...). Mesmo um lugar de aparência puramente