Ensaio sobre a Cidadania
Primeiramente, o que é a cidadania? Esta trata-se de um ideal distintamente democrático, pelo que, ser cidadão consiste em ser reconhecido como um membro pleno e igual da sociedade, tendo o direito de participar no processo político. Assim, aqueles que se encontram sob monarquias ou ditaduras militares não são considerados cidadãos, mas sim súbditos.
Na Grécia Antiga, os cidadãos tinham a obrigação legal de assumir cargos públicos à vez, sacrificando parte da sua vida privada para tal; a cidadania era vista em termos de deveres. Ao invés disso, na actualidade a cidadania é vista mais como uma questão de direitos, ou seja, os cidadãos têm o direito a participar na política, mas têm também o direito de colocar os seus compromissos privados acima do seu envolvimento político. Porém, isto fez com que se transmitisse a ideia de que não há deveres, apenas direitos, levando ao que hoje se chama de cidadania passiva.
Se os cidadãos carecerem de certas virtudes, tais como um espírito cívico e boa-vontade mútua, as instituições democráticas desmoronar-se-ão. Mas porquê este desinteresse pela política por parte dos cidadãos? Acontece que, no nosso tempo, o discurso e a escrita política são em grande parte a defesa do indefensável. A linguagem política foi concebida para fazer as mentiras parecerem verdades e o assassínio respeitável, o que provoca nos cidadãos, não interesse, mas sim, revolta e desprezo pela política.
Mas, porque a questão da cidadania activa é importante, existem diferentes teorias sobre como se deve orientar a organização da sociedade de forma a potenciar a participação dos cidadãos na vida pública, nomeadamente: o republicanismo aristotélico, também chamado "humanismo cívico", que defende que o cidadão deve participar na vida publica, pois só aí encontra a sua realização como ser humano; a teoria dos direitos, cuja ideia se baseia em estimular os cidadãos através da