Ensaio sobre a amizade
"Nesta página, hoje, sem razão especial nem data marcada, estou homenageando aqueles que têm estado comigo seja como for, para o que der e vier"
Tenho pensado muito ultimamente. Tanto, que me pego às vezes me preocupando com esse excesso de pensamentos. Receio estar me dedicando por demais a determinados assuntos e deixando algumas essências de lado. Então, deixe-me escrever. Alivia a alma. Aqui me derramo, exponho meus devaneios, minhas angústias, o mais profundo do meu ser, me desnudo e me revelo.
Dia desses, interessante frase postada numa rede social me levou a uma reflexão a qual tem visitado os meus dias insistentemente, principalmente as noites, quando quase tudo se cala, menos os pensamentos: você sabe quem é seu amigo verdadeiro se perder ou ganhar tudo de repente. É de Fred Mercury, que tão cedo foi embora, de forma tão abrupta. E tão surpreendente. E realmente, ele tudo teve e tudo perdeu. Sabia do que estava falando.
Bom, realmente deve ser uma das situações em que se descobre quem é amigo de verdade.
Mas tenho chegado à conclusão de que não é necessário que se viva um desses extremos para que se faça tal constatação.
Analisando tudo que já li, vivenciei, pensei vivenciar e não ousei, vejamos se ao final desse escrito saberei identificar quem realmente vai estar comigo seja onde for, para o que der e vier. Ou seja, quem é realmente meu amigo. Essa dúvida tem me atormentado, tem ocupado minhas atenções, tem me feito perder o tão precioso sono às vezes.
Amigo é aquele com quem não se precisa ir em busca de palavras quando se está junto. O silêncio basta, quando não se quer conversar. Ele não é constrangedor, é natural, nascido da vontade inútil de estar juntos. Inútil , sim. Segundo Rubem Alves, o amigo pode até ser útil eventualmente. Mas não é isso que o torna amigo. Sua inútil e fiel presença torna a nossa solidão uma espécie de comunhão. Simples assim.
No primeiro encontro, já existe aquela sensação de vida inteira. De