Ensaio sobre noções de barbaro, selvagem e primitivo
Os europeus do século XVI não divergiram aos gregos a forma de ver o outro, sempre visto como não semelhante. Graças muito a visão monoteísta os selvagens eram vistos figuras inferiores e até mesmo não humanos, algo a ser descoberto e sem ligação com o homem europeu. Os estudos eram feitos através de relatórios de expedições, aventuras e relatos de padres no novo continente, os selvagens eram sempre colocados com um enorme distanciamento da figura ideal europeia e um certo desprezo a seus costumes ditos tão estranhos, exemplos disso são de relatos com de Hans Staden em suas viagem e os padres jesuítas em missão no novo continente.
A partir do século XVIII o bárbaro e selvagem começa a deixar de ser visto como o outro e passam a ser visto semelhante e não uma figura distante daqueles que os pesquisam, dai sai o termo primitivo que remete a primeiro algo que antecedeu antes ao modelo de sociedade dos pesquisadores. Com a saída do estranhamento pode-se sim de fato estudar os povos e seus costumes e compreender o individuo.
Leitura de apoio
CLASTRES, Hélène 1980 “Primitivismo e ciência do homem no século XVIII”, Discurso, nº13, p. 187-208.