ensaio sobre cultura tradicional e cultura tecnologica
Na natureza podemos citar que fisicamente seu agente mais frágil seria o Homem, visto que o mesmo não possui garras para atacar, veneno em seu organismo para expelir, não consegue se camuflar na paisagem, não é rápido para empreender uma fuga, em fim seria presa fácil para outros animais. Entretanto somos os únicos dotados de inteligência e por isso não fomos extintos, ao contrário intervimos tanto na natureza que várias espécies estão extintas.
Desde sempre como dizia Descartes o homem é senhor e possuidor da Natureza e com o surgimento da Técnica este pensamento evoluiu para além da natureza, o homem se habilita a ser possuidor dele mesmo, como diria Abraham Moles “De agora em diante o homem pode (quase) tudo, a técnica habilita-o não somente a ser ‘senhor e possuidor da natureza’ como Descartes previa, mas também cada vez mais senhor e possuidor de sua própria natureza, de seu ser biológico, de seu psiquismo...”(La Pensée Technique, La Philosophie, p.496, Paris, 1968).
Diante deste quadro, em função da Revolução Tecnológica, fica claro uma ruptura do homem com o seu passado, como cita Prof. Benedito Nunes”... poria em jogo sua própria existência histórico-cultural, em que criação e tradição se combinam, e logo em jogo também a subsistência de nossas heranças históricas...” (Cultura tradicional e cultura tecnológica, ensaio 14, pág. 106, Nunes, Benedito).
A palavra Tecnologia é uma expressão específica aplicada desde 1772, no entanto para hoje entendemos tecnologia como sendo uma simbiose entre técnica e ciência, é o conhecimento científico embasando a técnica e vice e versa. Podemos dizer então dizer que aplicar tecnologia é realizar um procedimento técnico usando recursos do conhecimento científico. É de fato indubitável que os grandes avanços tecnológicos vividos nos últimos tempos resultou na chamada Cultura Tecnológica, a qual se trata de uma cultura de dominância científica.
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