Ensaio Filosófico - Kant
Imagina que um avião descontrolado ameaça despenhar-se sobre um edifício repleto de pessoas. O avião tem um único ocupante -o piloto -, que nada pode fazer a fim de evitar a catástrofe. A única maneira de evitar que a queda do avião mate centenas de pessoas é abatê-lo antes que de despenhe – matando, assim, o seu único e inocente ocupante. Será moralmente correcto abater o avião? Porquê? A resposta para este problema é difícil de obter, pois se fossemos interrogar cada filósofo acerca da sua opinião quanto ao abatimento ou não do avião, cada um deles daria a sua posição e não chegaríamos a uma conclusão. O que aqui está em causa é saber exactamente se é ou não moralmente correcto abater o avião. Penso que abate-lo seria a melhor opção, sendo que com isso iríamos salvar centenas de pessoas e diminuir os estragos que a colisão entre o avião e o edifício causasse. A minha máxima seria: “tentarei sempre ajudar o máximo número de pessoas”. Mas, para Kant, essa acção seria certamente imoral, visto que para ele uma dada acção é correcta ou incorrecta dependendo da sua máxima e se essa máxima passa o teste do imperativo categórico. Passando a explicar: Uma máxima é uma espécie de regra geral que seguimos quando agimos. Atenta na máxima utilizada em cima: “tentarei sempre ajudar o máximo número de pessoas” e na máxima: “tentarei sempre ajudar o máximo número de pessoas só quando isso for do meu interesse”.Estes exemplos dados, apesar de ambos serem máximas, segundo Kant, são diferentes. No primeiro exemplo a pessoa tenta ajudar o máximo número de pessoas que consegue, apenas para cumprir a sua obrigação moral, ou seja, essa pessoa está a agir por dever; Pelo contrário, no segundo exemplo, a pessoa tenta ajudar o máximo número de pessoas apenas quando lhe convém. Apesar de estar a agir de acordo com o dever, age conforme o dever, apenas porque sabe que isso a irá favorecer no