Ensaio filosofia politica
No contexto da Filosofia Política Moderna, Charles de Montesquieu é uma referência incontornável. Na passagem da forma de organização social medieval para a moderna, vários filósofos procuraram dar a sua contribuição, para a construção de uma sociedade mais livre (dos tabus), mais aberta (à participação política do cidadão) e mais segura (para os indivíduos). A preocupação moderna era romper com a estrutura social divinizada que dominou a época média, para impor uma nova ordem social em que o homem seja autor e actor (antropocentrismo).
Uma das grandes questões discutidas neste panorama sociopolítico moderno foi o poder, questão que Montesquieu tratou com bastante dedicação. É a este propósito que surge o presente ensaio, no qual objectiva-se perceber como é que aquele autor clássico concebeu a questão do poder e as modalidades do seu exercício.
Recorrendo à consulta bibliográfica de obras que versam sobre o assunto, foi possível extrair as principais ideias de Montesquieu sobre o exercício do poder. Portanto, em termos de conteúdos, o trabalho é composto por uma apresentação genérica da figura de Montesquieu (vida e obras), o contexto sociopolítico em que viveu (influências), suas concepções sobre os principais conceitos políticos (Estado, Lei e Poder), seu posicionamento em relação ao exercício do poder do Estado, as principais críticas feitas à sua teoria da divisão poder, conclusão e lista da bibliografia usada.
1. Montesquieu: vida e obra
Charles de Montesquieu foi um moralista, pensador e filósofo francês que nasceu a 18 de Janeiro de 1689 e morreu no dia 10 de Fevereiro de 1755. Ainda jovem, teve uma formação sólida, onde aprendeu e assimilou a doutrina do Iluminismo. Mais tarde entrou para a Universidade de Bordeaux, onde estudou Direito, Biologia, Física e Geografia.
Em relação às obras, ele escreveu vários textos. Cartas persas (1721), uma crítica directa às autoridades políticas e religiosas francesas da época, que considerava