Ensaio: As nuances da relação entre as fontes e os jornalistas.
INTRODUÇÃO AO JORNALISMO
ALUNO: JOSÉ GUILHERME BERTOULINE DE MELO
Ensaio: As nuances da relação entre as fontes e os jornalistas.
Este ensaio se propõe a analisar criticamente a relação do jornalista com suas fontes e os possíveis problemas que surgem fruto dessa relação. O jornalista e as fontes são agentes ativos da notícia, portanto, os dois pretendem veicular pontos de vista, seus posicionamentos, e é daí que se origina uma infinidade de invariáveis entre os dois personagens da notícia.
A fonte como hoje a conhecemos é algo moderno dentro do jornalismo. Séculos atrás o jornalista tinha mais poder de opinião sobre os fatos, funcionando quase como um “comentarista” da realidade. O ideal de objetividade, oriundo do avanço tecnológico, foi o grande propulsor da fonte como elemento legitimador da notícia. A neutralidade exigida para a profissão do jornalismo fez com que se perdesse a marca pessoal do jornalista diante dos fatos, teoricamente. As fontes passavam a dizer se o que era veiculado tinha ou não credibilidade. Agora, o jornalista tem a necessidade de cultivar suas fontes no intuito de provar que o quê fala é verídico.
A grande questão é que as fontes também são agentes ativos da notícia, ou seja, não é só o jornalista que as busca. Nessa via de mão-dupla, quem deseja falar algo que julga ser do interesse do jornalista, pode, direta ou indiretamente, querer veicular algo que o promova. É nesse contexto que mora um grande perigo para o jornalista. É um jogo de intencionalidades, o jornalista pretende expor uma realidade, até então, oculta e as fontes pretendem se posicionar diante disso, muitas vezes no intuito de fazer prevalecer sua opinião. O jornalista precisa estar próximo o bastante de suas fontes para obter a informação, mas ao mesmo tempo distante o suficiente para não ser coagido por elas. A escolha das fontes pelo jornalista consiste em alguns suportes para a construção da notícia.