Engenharia
Em primeiro lugar, a boa notícia. A energia renovável, combinada ao uso racional e eficiente de energia, será capaz suprir metade da demanda energética global até 2050. O presente relatório, “Revolução
Energética – Um Caminho Sustentável para um Futuro de Energia Limpa”, conclui que a redução das emissões globais de CO2 em até 50% nos próximos 43 anos é economicamente viável, e que a adoção maciça de fontes de energia renovável também é tecnicamente possível – falta apenas o apoio político para que isso ocorra.
A má notícia é que o tempo está se esgotando. Hoje já existe um esmagador consenso científico de que as mudanças climáticas são uma realidade e sua principal causa são as atividades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis. Somam-se a isso evidências científicas sólidas de que, se nada for feito, as conseqüências serão catastróficas, como assegura o Painel Intergovernamental Sobre Mudança Climática
(IPCC), instituição da ONU que reúne mais de mil cientistas e fornece subsídios para a elaboração de políticas públicas. É pouco provável que o novo relatório do IPCC, que deverá ser lançado neste ano, apresente um cenário mais otimista.
Em resposta à ameaça do aquecimento global, o Protocolo de Kyoto determinou que os países industrializados signatários reduzissem em 5,2% suas emissões de carbono em relação aos níveis de 1990 no período de 2008 a 2012. O acordo gerou a adoção de uma série de metas de redução regionais e nacionais. A União Européia, por exemplo, assumiu o compromisso de uma redução de 8%. Para atingir este objetivo, a UE concordou também em aumentar a participação de energias renováveis em sua matriz energética de 6% para 12% até 2010.
Os signatários de Kyoto negociam atualmente a segunda fase do acordo, que abrange o período de 2013 a
2017, no qual os países industrializados deverão reduzir suas emissões de CO2 em 18% em relação aos níveis de 1990; no período entre 2018 e 2022, a redução deve