Engenharia
RECICLAGEM DE ESCÓRIA DE ALTO FORNO NO BRASIL
Vanderley M. John (1), Vahan Agopyan (2)
(1) Prof. Dr., john@poli.usp.br (2) Prof. Titular, vahan.agopyan@poli.usp.br
Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da USP (PCC USP)
1
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma breve caracterização das escórias de alto forno nacionais, as quantidades geradas e a reciclagem praticada. A seguir discute outros empregos específicos para este produto.
2
INTRODUÇÃO
A escória de alto forno é um resíduo da produção de ferro gusa em alto forno. Em siderúrgicas que operam altos fornos a carvão de coque são geradas aproximadamente 300 toneladas de escória por tonelada de ferro gusa. Altos fornos que utilizam como combustível carvão vegetal a geração de escória é inferior a este valor (JOHN, 1995). A Tabela 1 apresenta as composições químicas típicas das escórias produzidas pelos diferentes processos. Como pode ser visto, os principais componentes são os mesmos encontrados no cimento Portland. As escórias de alto forno podem ser classificadas de acordo com a relação
CaO/SiO2 em ácidas (1) de produtos .
Tabela 1 – Composição das escórias de alto-forno no Brasil, comparativamente ao Cimento
Portland Comum (JOHN, 1995)
Escória Básica
Escória Ácida
Cimento Portland
CaO
40 - 45
24 – 39
66
SiO2
30 - 35
38 – 55
22
Al2O3
11 - 18
8 – 19
5
MgO
2,5 - 9
1,5 – 9
-
Fe2O3
0-2
0,4 - 2,5
3
FeO
0-2
0,2 - 1,5
-
0,5 - 1,5
0,03 - 0,2
-
1,31
0,68
3
S
CaO/SiO2 média
A escória sai do alto forno na forma de um líquido viscoso com temperatura entre 1350°C e
1500°C contendo 1700 kJ/kg de energia térmica. Se resfriada lentamente, esta energia vai ser perdida para a atmosfera e liberada através da cristalização do líquido, formando cristais diversos, como mervinita, melilita, silicato dicálcico, diopsídio (nas escórias ácidas), entre