Engenharia
Entidades de classe propõem duplicar número de profissionais formados para ajudar o Brasil a crescer
Fabrício Marques
Edição Impressa 149 - Julho 2008
© Miguel Boyayan
Ponte estaiada, novo cartão-postal de São Paulo
Enquanto várias categorias profissionais se ressentem da saturação do mercado de trabalho e defendem restrições à abertura de novos cursos superiores, entidades de classe dos engenheir0os não temem propor o contrário: consideram indispensável multiplicar a quantidade de escolas e de graduados em engenharia no Brasil. O movimento Cresce Brasil, liderado pela Federação Nacional dos Engenheiros, alerta para a necessidade de dobrar o número de profissionais formados nos próximos 10 anos se o país quiser continuar crescendo a taxas entre 5% e 6%, como aconteceu em 2007. “Começam a faltar engenheiros em certas especialidades e isso vai se tornar mais grave se o país mantiver esse ritmo de crescimento”, diz Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo e da Federação Nacional dos Engenheiros. “O Programa de Aceleração Econômica dependerá da formação de milhares de novos engenheiros para atingir seus objetivos”, complementa Pinheiro.
Já há gargalos notórios, sobretudo nas áreas de petroquímica e de mineração. O presidente da Vale; Roger Agnelli, recentemente se queixou da dificuldade de contratar engenheiros metalúrgicos e de barragens – além de profissionais especializados, como soldadores de dutos. A meta da Petrobras de contratar 60 mil pós-graduados em engenharia nos próximos 3 anos esbarra na falta de profissionais. Dos 10 mil doutores e 30 mil mestres formados todos os anos, pouco mais de 10% estão nas áreas de engenharia ou ciência da computação, segundo dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em países como China e Coréia do Sul, esse índice chega a 70%. Até a tradicional engenharia civil está formando menos mão-de-obra