Engenharia do passado e engenharia moderna
Quando no século 18 se chegou a um conjunto sistemático e ordenado de doutrinas, estava lançada, definitivamente, a semente da nova engenharia. Essa sistematização, podemos dizer, estabeleceu um marco divisório entre duas engenharias: a engenharia do passado e engenharia moderna.
A engenharia do passado foi aquela caracterizada pelos grandes esforços do homem no sentido de criar e aperfeiçoar artefatos que aproveitassem os recursos naturais. Foram estes primeiros engenheiros os responsáveis pelo aparecimento de armamentos, fortificações, estradas, pontes, canais etc. A característica básica destes indivíduos foi o empirismo, pois trabalhavam com base na prática ensinada pelos que os antecediam, na sua própria experiência e no seu espírito empreendedor e criador.
A passagem da engenharia antiga para a moderna não pode ser considerada como um fato estanque, nem fruto de um momento apenas. Não foi de um instante para outro que o homem passou a aplicar os conhecimentos científicos às técnicas. Durante séculos elas caminharam dissociadas uma da outra - de um lado os filósofos e pensadores, de outro os artesãos. Ainda hoje, apesar de toda tentativa de trabalhá-las como um corpo único, há quem enxergue nelas uma profunda separação.
A engenharia moderna é aquela que se caracteriza por uma forte aplicação de conhecimentos científicos à solução de problemas. Ela pode dedicar-se, basicamente, a problemas da mesma espécie que a engenharia do passado se dedicava, porém com uma característica distinta e marcante: a aplicação de conhecimentos científicos. Se antes os artefatos eram construídos com base em determinantes estéticos e operacionais, tomando sempre como referência a experiência pregressa do construtor, agora um projeto teórico -baseado em conceitos científicos, em teorias formalmente estudadas e em experiências de laboratório metodologicamente controladas - antecede a construção.