Engenharia de segurança
Cláudia Maria Vassão
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RESUMO O objetivo deste artigo é analisar a teoria da sociedade de riscos de Ulrich Beck e sua aplicação na minimização e controle dos riscos ambientais tecnológicos, partindo de um reconhecimento de suas significativas contribuições. Mesmo com o conceito de sociedade global de riscos, Beck não exclui que algumas pessoas, países ou regiões sejam mais afetados que outros pelos riscos ambientais e tecnológicos, levando à abordagem de dois problemas principais: a movimentação da modernização simultaneamente ao sucesso da industrialização até a modernidade reflexiva e a perspectiva da dinâmica da globalização dos riscos. Palavras-chave: primeira modernidade; segunda modernidade; modernização reflexiva; sociedade de risco; globalização dos riscos; riscos ambientais tecnológicos.
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claudivas@gmail.com
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INTRODUÇÃO Muito se fala atualmente em degradação do meio ambiente, destruição da camada de ozônio, efeito estufa, escassez de recursos naturais, poluição generalizada, porém esta percepção tardia não traz consigo uma reflexão mais profunda de que esses problemas tão atuais e preocupantes são resultado de um processo de modernização marcado pela industrialização. A passagem da era agrícola para a industrial e desta para a era da informação é marcada fundamentalmente pelas novas formas e sistemas de geração de riqueza. Podemos considerar que a utilização da energia elétrica e de combustíveis fósseis está intrinsecamente relacionada às mais importantes mudanças da forma de produção de riqueza, porém, todas essas mudanças produziram ainda impactos sociais, culturais, políticos, filosóficos, institucionais. Com a publicação de Risk Society (em alemão em 1986 e editado em inglês em 1992), Ulrich Beck passa a receber maior destaque dentre os teóricos sociais. A tese central de Beck neste livro é que a modernidade pós-industrialização é caracterizada pela produção extrema e má