Enfermagem
INTRODUÇÃO
O presente estudo trata-se de uma reflexão teórica sobre o cuidado de enfermagem à família de sujeito em sofrimento psíquico, tendo em vista o modelo de assistência em saúde mental pautado na atenção psicossocial, elaborado a partir do movimento da Reforma Psiquiátrica Democrática.
A família é constituída com base nas relações de parentesco cultural, sendo historicamente determinada, incluindo-se entre as instituições básicas. É apontada como elemento-chave não apenas para a sobrevivência dos indivíduos, mas também para a proteção e a socialização de seus componentes, transmissão do capital cultural e econômico e da propriedade de grupo, bem como das relações de gênero e de solidariedade entre gerações(1).
A família se constitui numa instituição onde os indivíduos iniciam seus processos de formação. Através dela, incorporam padrões de comportamento, valores morais, sociais, éticos e espirituais, entre outros. O núcleo familiar participa da formação da personalidade e contribui para consolidação do caráter e adoção de noções de ética e solidariedade(2). Segundo os autores:
Por constituir-se tão complexa em sua estrutura, composição e função, a família não escapa em vivenciar conflitos múltiplos ao longo do seu ciclo vital. Enquanto existe, está sujeita a transformações, necessitando, muitas vezes redimensionar-se em suas posturas diante das diversas realidades e adversidades as quais é submetida, na busca de superação e equilíbrio.
No que diz respeito à família do sujeito em sofrimento psíquico, a partir do surgimento da psiquiatria enquanto saber médico responsável pelo desvelamento da loucura, ela ficou afastada do tratamento de seu parente, visto este se encontrar em hospital psiquiátrico. Nesse modelo, o familiar era alijado do tratamento, sentindo-se culpado devido às proibições