São duas perspectivas opostas sobre a gênese do Serviço Social, elas foram criadas de tal maneira que constituem em teses alternativas e mutuamente excludentes. Na perspectiva endogenista destaca-se duas distinções de correntes, onde uma entende os “antecedentes” do Serviço Social como sendo qualquer forma anterior de ajuda, enquanto outra pensa os “antecedentes” apenas ligados às formas de ajuda organizadas e vinculados à “questão social”. Em geral, o surgimento da profissão é visto como uma opção pessoal dos filantropos em se organizarem e profissionalizarem, com o apoio, seja da igreja, seja do Estado. Aqui não aparece análise do contexto social , econômico e político como determinante do processo de criação desta profissão. “O Serviço Social é a profissionalização, organização e sistematização da caridade e da filantropia”. A profissão é a evolução das formas anteriores de assistência e ajuda. É em autores como Boris Lima, Ottoni Vieira e Herman Kruse que observamos que o Serviço Social é uma evolução da formas não profissionais de ajuda. Na perspectiva histórico-crítica, a profissão surge por causa das lutas sociais que confluem num projeto político-econômico da classe hegemônica de manutenção do sistema perante a necessidade de legitimá-lo em função das demandas populares e do aumento da acumulação capitalista. A “questão social” é a base para a necessidade do surgimento da profissão. O Serviço Social nasce com funções controladoras e integradoras necessária à manutenção da ordem social, cobrindo-as de filantropia, conformando um verdadeiro “fetiche da prática”. É em autores como Iamamoto, Carvalho, Netto e Manrique que observamos o vínculo entre a gênese da profissão com a estratégia burguesa de transformar o Estado num instrumento de controle e manutenção do sistema.