Empregabilidade dos administradores
Esta investigação se propõe a analisar o tipo de funcionário recém-formado que grandes empresas privadas procuram para compor seu quadro gerencial. Parte da hipótese de que existe um conjunto de qualificações técnicas e comportamentais que estão mais ou menos alinhadas com as necessidades mercadológicas que envolvem essas corporações e que nem sempre encontram respaldo na formação oficial de um curso de graduação em administração de empresas. Para identificar os requisitos valorizados pelas empresas em seu processo de seleção de candidatos a cargos da área gerencial, foram entrevistadas oito pessoas-chave da área de Recursos Humanos de grandes empresas, responsáveis pela condução de processos seletivos estruturados.
A pesquisa conclui que a formação cognitiva específica recebida pelo graduando não é fator decisivo na contratação, mas, sim, as variáveis comportamentais e vivenciais do aspirante ao cargo e a excelência da
instituição de ensino cursada.
1 Doutora em Sociologia pelo IUPERJ. Professora do quadro principal da PUC-Rio.Endereço: Rua Marques de São Vicente 225 – Gávea - Rio de Janeiro/RJ –
Brasil -CEP: 22451900 - Email: ah.lemos@uol.com.br
2 Doutor em Administração pela PUC-Rio. Coordenador do curso de Graduação em Administração da PUC-Rio. Professor do quadro principal da PUC-Rio.
Endereço: Rua Marques de São Vicente 225 – Gávea - Rio de Janeiro/RJ – Brasil -CEP: 22451900 - Email: mpinto@iag.puc-rio.br
Introdução
O processo de reestruturação produtiva atualmente em curso tem provocado mudanças significativas na forma como se organiza o mercado de trabalho, mudanças estas que têm criado um cenário de crescimento dos índices
de desemprego aberto e precarização do emprego,1 afetando a forma como as pessoas gerenciam suas trajetórias profissionais. Essas transformações têm aparecido no centro da discussão sobre o mercado de trabalho na qual
se engajam estudiosos de diferentes orientações