Agricultura
Os campos agrícolas de experimentos com transgênicos já existem desde 1986. Até 1997, cerca de 25.000 experimentos foram conduzidos em 45 países (o Brasil não consta nessa lista). A partir de 1997, a liberação de pelo menos 48 transgênicos para comercialização foi autorizada nos EUA, China, Canadá, Austrália e México.
No Brasil, a polêmica começou depois que a Monsanto (uma grande empresa multinacional do ramo de sementes) decidiu colocar no mercado brasileiro o seu novo produto, uma semente de soja transgênica (Roundup Ready), na qual foi incorporado um gene que lhe confere resistência ao herbicida utilizado na lavoura (glifosate). Os herbicidas são utilizados para atacar as ervas daninhas que comprometem o desenvolvimento da planta, entretanto acabam por prejudicar a própria planta, no caso a soja. Com uma nova soja resistente ao herbicida, esse problema não existe e a produção pode aumentar.
Para a regulamentação desse novo produto no mercado agrícola, o governo brasileiro criou através de um decreto em 1995, uma Comissão Técnica Nacional de Biossegurança.
Ao analisar o pedido de uso em escala comercial da soja Roundup Ready da Monsanto e após examinar exaustivamente uma grande quantidade de resultados de pesquisas nacionais e internacionais, a CTNBIO elaborou um parecer técnico conclusivo de que não há evidências de risco ambiental ou de risco à saúde humana ou animal decorrentes do uso da soja geneticamente modificada. Mas estabeleceu como precaução adicional que os plantios comerciais devem ser monitorados por 5 anos, analisando eventuais ocorrências, embora não previsíveis.
Apesar do parecer favorável, a CTNBIO ainda não normatizou completamente esse tema, pois ainda falta estabelecer regras sobre segurança alimentar, rotulagem e comercialização. A oposição aos transgênicos, entre os quais estão o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), argumenta que essa pressa pela regulamentação é injustificável e fere direitos