Empreendorismo
Roger Kayasima, no final de 2000, havia acabado de aprender uma lição: não dava para transferir a uma filial o sucesso que tinha tido na matriz. Fechar a primeira e única filial de sua rotisseria havia sido uma decisão difícil, porque era dar um passo para trás. Era uma experiência nova e desagradável para um dekassegui que trabalhara até 14 horas por dia no Japão.
Havia sido uma grande ousadia para um nikkey (nome genérico de todo descendente de japoneses) assumir o controle de uma típica rotisseria italiana. A dedicação e a atenção com os detalhes fizeram com que o estabelecimento, agora sob a direção de falsos italianos com olhos puxados, não apenas mantivesse, como também ampliasse a freguesia herdada da antiga proprietária.
A idéia de crescer com a abertura de uma filial parecia a mais certa. Afinal, bastaria repetir as mesmas fórmulas de preparação e de administração que já eram praticadas no estabelecimento de Mogi das Cruzes (SP). O que poderia dar errado?
A realidade foi outra. As vendas não decolaram. Não havia outra saída: era necessário tomar uma decisão difícil. Menos de dois anos após a abertura da rotisseria em Suzano (SP), Roger cerrou as portas da filial, antes que os problemas contaminassem o ambiente da matriz, em Mogi. Roger estava desanimado. Precisava descobrir o que não havia funcionado, pelo menos para não repetir os mesmos erros. Sentia-se incapaz de, sozinho e sem orientação, mudar sua estratégia empresarial. Colocava em dúvida até mesmo a razão do sucesso. Se a filial, funcionando exatamente de acordo com os mesmos processos da matriz, não trouxera a ampliação esperada dos negócios, qual seria o caminho que deveria ser trilhado para o crescimento? Essa era uma questão que não saía de sua cabeça.
DE PROGRAMADOR A “ROTISSEIRO”
Roger Kayasima era o segundo filho de cinco homens, de mãe professora e pai funcionário público, ambos aposentados.
Começou a trabalhar aos 13 anos com o tio, na feira, vendendo plantas