Empreender o Futuro
Um plano B requer abertura para identificar oportunidades à nossa volta, exigindo uma atitude proativa diante da carreira e da vida.
Ao abrir o jornal, navegar pela Internet ou consultar qualquer outro meio de comunicação, somos constantemente bombardeados por notícias que, nas entrelinhas, dão conta das profundas transformações no universo do trabalho. Não me refiro a reportagens específicas, que buscam refletir ou suscitar a reflexão acerca das mudanças em curso no ambiente corporativo. Falo daquelas que, ao abordar a dinâmica dos negócios em tempos de globalização e alta competitividade, permitem uma análise mais profunda sobre as relações de trabalho e as perspectivas de atuação profissional.
Quando lemos, por exemplo, que duas grandes empresas de determinado segmento se fundiram, ou que uma foi adquirida pela outra, estamos diante de mais um fato que, se tem potencial para aumentar a competitividade do empreendimento, também encerra questões cruciais para os colaboradores daquelas companhias. De imediato surge o impasse da duplicidade em determinadas áreas. Se antes havia um diretor financeiro, agora são dois profissionais para um único cargo, o que praticamente sinaliza a inevitável dispensa de um deles. Nessa hora, os critérios de escolha quanto a quem fica e quem sai podem ser muito objetivos, ou não.
No cotidiano de trabalho como consultor de carreira, acompanhando presidentes, diretores e gerentes seniores em processo de outplacement, dados estatísticos sobre o enxugamento de postos no mercado executivo ganham nome, sobrenome e toda uma história de vida e carreira. Quando um profissional senta à nossa frente para dar início à fase de transição, invariavelmente nos deparamos com um caso único que é, ao mesmo tempo, semelhante a tantos outros. A singularidade tem a ver com o lado específico de cada ser, seus valores, crenças, trajetória, anseios, potencialidades, certezas e dúvidas. O traço comum está na constatação de que,