Empreendedorismo
O processo de reestruturação que o modo de produção capitalista vem desenvolvendo nas últimas décadas a partir das diretrizes neoliberais, tornou o mercado de trabalho mais instável e elevou o índice de desemprego. A terceirização e a informalidade passaram a ocupar lugar de destaque na economia, fragilizando, dessa forma, os direitos trabalhistas e a estabilidade duramente conquistada nas décadas precedentes.
Pelo menos 9,4 milhões de pessoas entre 15 anos e 24 anos estão sem emprego na América Latina, como informa o relatório divulgado em 2004 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o que significa um crescimento do número de desempregados, nos últimos 10 anos, da ordem de 44% nesta faixa etária. No Brasil, apesar de ter diminuído nos últimos anos, o desemprego na Grande São Paulo, por exemplo, ainda continua alto, atingindo 15,3% da População Economicamente Ativa (PEA), em setembro de 2006, segundo o DIEESE.
Diante desse contexto em que o aumento do desemprego e do sub-emprego são as características mais marcantes, o empreendedorismo surge como uma das formas para o enfrentamento da crise no mercado de trabalho. A possibilidade de ser profissional autônomo, ou mesmo dono do próprio negócio, se transformou em uma via alternativa ao desemprego e, ironicamente, ao próprio emprego, uma vez que, na posição de empreendedor, o trabalhador não estaria subordinado à relação empregador e empregado.
Surge então uma grande demanda pela qualificação profissional para o empreendedorismo, apoiada no conceito de empregabilidade, entendido como a condição de ser empregável, isto é, de dar e conseguir emprego para os seus conhecimentos, habilidades e atitudes intencionalmente desenvolvidos pela educação e treinamento, sintonizados com as necessidades do mercado de trabalho. (Minarelli, 1995, p.37)
O Ministério da Educação, na elaboração do anteprojeto de lei da educação profissional e tecnológica, aponta como características de suas